domingo, 3 de janeiro de 2010

MANUAL DE TÉCNICA CIRÚRGICA

Resumo do resumo do resumo de técnica cirúrgica, ou seja, o básico do básico do básico.
Acesse o link
http://www.scribd.com/doc/21322469/Manual-de-tecnica-cirurgica-para-a-graduacao

Wilian Osler

Sir William Osler (1849-1919), canadense, com reconhecida atividade nos Estados Unidos e radicado na Inglaterra, exerceu mais que qualquer outro homem, extensa e profunda influência sobre a medicina. Algumas frases de Willian Osler:

"O primeiro degrau para o sucesso em qualquer trabalho é o interesse por ele"

"A medicina é aprendida à beira do leito e não nos anfiteatros"

"O ato importante é retirar de cada caso uma lição para sua educação. O valor da
experiência não está em ver muito, mas em enxergar com sabedoria".

Corte & costura na sala de cirurgia

Não é fácil fazer emendas nos rasgos do corpo humano. Os pontos não podem ficar frouxos ou apertados. É preciso escolher a linha certa para cada tipo de tecido. E, no final, o arremate tem de ser feito na maior rapidez.

Por Lúcia Helena de Oliveira

Estudante de Medicina que se preze passa ho-ras e horas entre linhas, agulhas e pedaços de pa-no. Treina a mão para pontos e arremates, com mais afinco do que moças casadoiras do século passado ou do que caprichosas vovós. Qualquer um pode cortar, até um assaltante com uma faca na mão, costuma dizer o professor Flávio Luis Ortiz Hering, aos alunos da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, litoral de São Paulo, onde leciona. Mas costurar o corpo humano é privilégio do cirurgião, acrescenta o jovem mestre, de 34 anos. Há um exagero evidente na primeira afirmação: os médicos, em geral, não ferem como bandidos e, sim, fazem cortes precisos, desviando o bisturi dos órgãos internos. No entanto, dessa maneira Hering alcança a meta de mostrar a importância da sutura.
O momento de suturar é, de fato, um dos pontos altos de uma operação. Hering percebeu isso quando ainda estava no segundo ano de faculdade. Naquela época, comecei a me interessar por Cirurgia, diz ele, que acabou se tornando urologista, médico encarregado dos rins e das vias urinárias. Um detalhe sempre chamou a sua atenção: havia livros especializados que eram uma verdadeira aula de corte, jamais de costura. Por isso, quando passou a lecionar, Hering amarrou tudo o que havia reunido sobre o assunto, na forma de uma apostila. Esta, por sua vez, foi o embrião do trabalho que publicou recentemente pela Editora Roca, de São Paulo. O livro Bases Técnicas e Teóricas de Fios e Suturas redigido com os pro-fessores David Rosenberg e Silvio Gabor procura desatar dúvidas e mitos sobre a costura na cirurgia.
A rigor, a sutura médica nem é fundamental. Pois qualquer corte é capaz de se fechar sozinho, sem a ajuda de pontos. Mas isso poderia levar meses ou anos o que, além de incômodo, significa manter uma porta aberta para a entrada de micróbios nocivos. A sutura serve justamente para aproximar as bordas de uma ferida, acelerando o fechamento dessa brecha, explica Hering, que também trabalha no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Talvez por isso as pessoas imaginam que o melhor é apertar bem os pontos, para o corte não voltar a abrir. O que é, porém, um terrível engano. É verdade que, se ficar frouxa, a sutura não cumprirá direito o seu papel de unir as bordas.
Mas o extremo oposto também é ruim. Pois, quando os pontos estão muito apertados, o fio estrangula os vasos, impedindo a passagem do sangue. É o líquido vermelho, afinal, que transporta as substâncias construtoras da cicatriz. Sem a chegada da matéria-prima, a obra da cicatrização fica atrasada, o corte demora para fechar. Depois de consumir muitos metros de tecido, acostumando-se a não apertar os pontos demais, nem de menos, os futuros médicos continuam seu treinamento em animais de laboratório. Aí, as dificul-dades aumentam por vários moti-vos, um deles óbvio pano não san-gra. Para evitar hemorragias, especialmente na hora de emendar veias e artérias, as mãos do cirurgião têm de ser tão ágeis quanto as de um mágico. Além disso, o ser vivo é comparável a uma colcha de retalhos, com os mais diferentes tecidos uns mais frágeis, outros muito duros e resistentes ou ainda, bastante elásticos. Ou seja, o je-i--to de costurar não é sempre o mesmo.
Há uma agulha e um ponto mais adequado para cada uma das partes, na tapeçaria médica. No passado, a maioria dos pontos cirúr-gicos foi copiada dos bordados e da te-celagem. Além de pontos, existe uma variedade de nós, usados no arremate alguns rebuscados, parentes próximos dos nós-de-marinheiros, que terminaram sendo conhecidos como nós-de-cirurgião. Na realidade, existe um ponto certo para cada situação, diz Hering. Mas, quanto ao nó, é permitido dar qualquer um. Em geral, o médico escolhe aquele de que tem mais prática e que, por isso, consegue fazer mais rápido. O eleito pela maioria dos cirurgiões é o velho nó-de-sapateiro aquele que se dá nos cadarços de tênis
Se a escolha do nó é fácil, por ser de acordo com o gosto de quem costura, o mesmo não acontece com a seleção dos fios. Há cerca de trinta tipos no mercado, incluindo linhas que são da mesmíssima espécie, porém apresentadas em tonalidades diferentes, como roxo, preto ou verde. O colorido é justificável: quando se costura um órgão sangrando, a linha branca termina tingida de vermelho e fica difícil para o médico enxergar direito o que está fazendo. No entanto, mesmo com tantas opções, não existe um fio perfeito. Cabe ao médico pesar vantagens e desvantagens de cada tipo, em cada caso.
Nos filmes de caubói, por exemplo, existe uma cena típica: o mocinho leva um tiro e seu melhor amigo, ou a heroína, bancam médicos de pronto-socorro. Enquanto a vítima cerra os dentes de dor, eles consertam o ferimento com meia dúzia de pontos improvisados. Mas a vida nem sempre imita a ficção. No mundo real, a sutura poderia arrebentar: os músculos se contraem e se estendem, e a pele acompanha esse vaivém. Os órgãos internos também se mexem um pouco ao trabalhar. Enfim, com o passar do tempo, o fio pode não agüentar a agitação. Por isso, os cirurgiões levam em conta a elasticidade de uma linha de sutura.
Outro fator importante é a chamada memória, a capacidade do fio de voltar à forma em que estava, antes de ser usado. Assim, algumas linhas entram na sala de cirurgia enroladas, como se estivessem em carretéis. Os médicos conseguem esticá-las com os dedos; mas, quando as soltam, elas voltam a se enrolar. Às vezes, ter boa memória é defeito: Dar pontos com esse tipo de fio é muito mais demorado, porque ele vive se enroscando nos nossos dedos, conta Hering. Em certos casos, porém, essa característica se transforma em vantagem. É quando se costura uma mucosa ou qualquer tecido inflamado do corpo estes, uma vez cortados, tendem a inchar muito. O fio, então, fica esticado enquanto a área está inchada, mas depois os pontos podem ficar frouxos. No caso, a boa memória, isto é, a tendência de o fio enrolar de novo, ajuda a apertar a sutu-ra outra vez, explica o cirurgião.
Um antigo temor dos médicos é a reação provocada pelo material de costura no organismo. Porque, para este, qualquer linha é uma estranha e o sistema imunológico nunca parece disposto a fazer acordos. Segundo um famoso documento do Antigo Egito, o papiro de Edwin Smith, 3 500 anos antes de Cristo já se observava que a sutura era capaz de causar infecções fatais. Em busca do fio ideal, Claudius Galeno, médico que viveu no século II a.C., em Roma, criou o chamado categute, inspirando-se em uma espécie de violino pequeno, conhecido por esse nome. As cordas do instrumento eram feitas de intestino de boi, material com que se fabrica o categute até os dias de hoje. Este fio é absorvível: o sistema imunológico o destrói sem deixar rastros, depois de uma ou duas semanas. Mas seu terrível defeito é justamente atiçar essas células de defesa, causando inflamações que facilitam a infecção por micróbios.
Atualmente, já existem fios absorvíveis sintéticos. As reações do corpo humano a esses materiais sintetizados em laboratório costumam ser muito menos violentas. Além disso, os fios absorvíveis sintéticos levam mais tempo para desaparecer algo entre um e seis meses. Para os pacientes, o prazo maior acaba sendo uma segurança extra. Pois diminui a chance de o fio ser absorvido pelo organismo, antes de se completar a cicatrização. Mesmo assim, os médicos preferem não correr riscos e costuram as grandes artérias do coração com fios indestrutíveis, que o acom-pa-nharão enquanto ele bater.

Em busca da linha ideal

Há cerca de trinta tipos de fios de suturas, usados pelo médico de acordo com as características do que vai ser costurado

Absorvíveis
São os fios que vão se desfazendo aos poucos dentro do organismo, até desaparecerem como um comprimido efervescente. Empregados na sutura de órgãos internos, eles se dividem em orgânicos e sintéticos

Categute
É o fio absorvível feito de mucosa de boi. Atacado por células de defesa do organismo, ele some depois de uma ou duas semanas

Sintéticos
Os laboratórios produzem linhas feitas de substâncias que vão se dissolvendo em contato com as moléculas de água presentes no organismo

Monofilamentadas
Como o nome indica, são as linhas sintéticas com um único filamento. Nesses fios lisos, as bactérias escorregam e não se fixam

Multifilamentadas
Já essas linhas são formadas por uma trança de vários fiozinhos, entre os quais as bactérias se instalam. A vantagem: são mais resistentes


Inabsorvíveis
Também divididos em orgânicos e sintéticos, esses fios podem permanecer para o resto da vida no organismo. São preferidos quando se trata de costurar órgãos vitais, para não haver risco de a linha se dissolver antes da hora

Orgânicos
Em geral, são fios de seda ou de algodão. Esses materiais não são absorvidos. Mas, com o tempo, ficam frouxos. Perdem o viço como uma flor que murcha

Mistos
Trata-se de uma combinação de materiais orgânicos e sintéticos, como nos fios de algodão encapados com poliéster

Sintéticos
São fios especiais de náilon, mono e multifilamentados

Mineral
É o fio de aço, usado na cirurgia de ossos, por exemplo

Fonte: SUPERINTERESSANTE

ELETROCIRURGIA, CAUTÉRIO, ELETROCAUTÉRIO

Bom artigo para quem tiver a curiosidade de saber o funcionamente de um ELETROCAUTERIO suas funções, monopolar x bipolar, efeitos nas células do corpo humano e para mim o melhor; a Diferença das funções físicamente falando de CORTE X COAGULAÇÃO..

Alguns trechos retirados do Artigo...

"O circuito elétrico, no sistema monopolar, é muito diferente do circuito realizado pela corrente elétrica no sistema bipolar. Em ambos os casos, o circuito elétrico compreende a transmissão da corrente elétrica por um gerador, a passagem dos elétrons do eletrodo ativo para o eletrodo passivo, para que a corrente retorne, finalmente, ao próprio gerador. No sistema monopolar, o eletrodo ativo está distante do eletrodo passivo. O pequeno eletrodo ativo é utilizado no tecido alvo. O largo eletrodo dispersivo fica em contato com a pele do paciente. A corrente elétrica, ao ser transmitida pelo eletrodo ativo, percorre o corpo do paciente, que se comporta como uma solução eletrolítica, antes de encontrar o eletrodo dispersivo. No sistema bipolar, os eletrodos ativo e neutro, necessariamente do mesmo tamanho, estão intimamente ligados, separados por uma distância de 1 a 3 mm. O fluxo da corrente elétrica, no tecido humano, se limita ao espaço entre os dois eletrodos. A corrente elétrica não atravessa o corpo do paciente. Torna-se importante o conhecimento de alguns outros conceitos físicos. A terra, o chão, constitui o condutor universal e ponto de retorno comum para os circuitos elétricos; desvio ou divisão da corrente elétrica constitui uma situação na qual parte da corrente elétrica foge do circuito elétrico desejado, seguindo um caminho alternativo de menor resistência para o solo. Em eletrocirurgia, perda, desvio da corrente elétrica, consiste de corrente elétrica de rádio frequência que flui por um caminho indesejado, em direção ao solo."
"A eletrocirurgia, também denominada diatermia, baseia-se no seguinte princípio: uma corrente elétrica,ao percorrer tecido humano, produz nenhum outro efeito, a não ser a formação de calor31.Uma corrente de elétrons, ao atravessar uma célula, encontra uma certa resistência. Os íons intracelulares,em resposta à passagem dos elétrons, colidem entre si e contra as organelas intra-celulares. Essa colisão produz calor. Se o aquecimento for lento e fraco, o calor produzido dentro da célula provocará evaporação de água e diminuição do volume celular, constituindo o efeito terapêutico de coagulação. Por outro lado, se o aquecimento for rápido e forte, ocorrerá explosão da membrana celular, com evaporação do conteúdo intracelular, constituindo o efeito terapêutico de corte."
"Correntes puramente sinusoidais: produzem o efeito terapêutico de corte"
"Correntes com propriedade hemostática elevada: Estas correntes intercalam as ondas sinusoidais. A forma da onda produzida pela corrente se torna pulsátil, com a presença da onda sinusoidal em um quinto ou undécimo da onda total"
"A resistência dos tecidos humanos depende fundamentalmente da sua quantidade de água e vasos sanguíneos. O tecido adiposo e o tecido ósseo apresentam resistência superior à pele e ao tecido muscular"
"O corpo humano também possui um sistema elétrico. Consiste do sistema nervoso, dotado de um sistema elétrico de baixa frequência. Correntes elétricas de baixa frequência, em contato o tecido humano, estimulam o tecido nervoso. O tecido nervoso, estimulado, provoca contração do tecido muscular. Entretanto, à medida que a frequência da corrente elétrica aumenta, diminui a sensibilidade do tecido nervoso. Correntes elétricas acima de 10.000 ciclos por segundo, já não estimulam o tecido nervoso31. Assim, são utilizadas, na eletrocirurgia, correntes elétricas de alta frequência"
"sistema monopolar....A incidência de lesões térmicas associada a laparoscopia gira em torno de 1 a 2 casos em cada 1000 pacientes operados"
"Lesões térmicas de intestino geralmente não são detectatas no momento da ocorrência21. "
"Pacientes com lesões intestinais não reconhecidas no momento da cirurgia geralmente se queixam de febre e dor abdominal, do terceiro ao sétimo dia de pós-operatório24. Porém, o intervalo entre a ocorrência da lesão e o início dos sintomas já foi relatado entre 18 horas e 14 dias"
"Defeitos de isolamento: os eletrodos podem ser reaproveitáveis ou descartáveis. No primeiro caso, o excesso de uso, a repetitiva esterilização, pode provocar quebra ou defeito no material de isolamento do eletrodo ativo24. Porém, muitas vezes, o defeito não é perceptível macroscopicamente. Podem ocorrer defeitos de isolamento também em dispositivos descartáveis"
"Eletrodo de retorno: Em diatermia monopolar, o eletrodo de retorno, ou eletrodo dispersivo, consiste de uma placa situada em contato direto com a pele do paciente. No processo de eletrocirurgia, tal eletrodo têm a função de recuperar a corrente elétrica, a fim de que esta retorne para o gerador, completando assim o circuito elétrico. A grande superfície de contato do eletrodo neutro diminui a densidade da corrente elétrica, para que esta possa atravessar a pele do paciente sem provocar queimaduras cutâneas. Entretanto, vários fatores podem dificultar a harmonia de funcionamento desta parte do circuito elétrico, com o potencial de provocar queimaduras cutâneas ao paciente,. O mau posicionamento da placa de retorno, em contato inadequado com a pele do paciente, pode criar áreas de contato pequenas. Uma pequena superfície de contato oferecida ao circuito elétrico aumenta a densidade da corrente elétrica, capaz de aquecer a pele do paciente ao ponto de provocar queimaduras. A interposição de pêlos ou cicatrizes diminue a condutividade do sistema, situação semelhante a aplicação parcial da placa sobre a pele do paciente9. Entretando, como a resistência dos tecidos é relativa a sua composição (tecido adiposo apresentando resistência elétrica superior ao músculo), as constantes devem ser ajustadas de acordo com as características ponderais do paciente31. Deve-se evitar a colocação da placa sobre proeminências ósseas. É preferível aplicar o eletrodo dispersivo em contato com áreas de tecido altamente vascularizadas, proporcionando, assim, maior dissipação de calor"
"Existem considerações a respeito do uso da eletrocirurgia em pacientes portadores de marcapasso. Este pode ser danificado irreparavelmente, e a energia de alta frequência pode interferir na ação do marcapasso, causando fibrilação ventricular"
"A potência do gerador é um fator importante em relação ao marcapasso. É prefirível usar uma corrente de corte (em função de sua voltagem menor) , ao invés de uma corrente de coagulação. Quando o uso do sistema monopolar não pode ser evitado, propõe-se o uso de eletrodos cardíacos externos, com um marcapasso externo disponível. Aconselha-se controle do marcapasso após a cirurgia"
Autores do Artigo: Manoel Roberto Maciel Trindade, Rodrigo Ughini Grazziotin, Rossano Ughini Grazziotin


Acessar o Artigo na integra acesse o link abaixo
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-86501998000300010&script=sci_arttext#home

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

MAIS UM PASSO A FRENTE

Deu Certo... Passei no SUS-SP!
Agora sou residente de Cirurgia Geral... que venha 2010...